Por Ícaro Alencar de Oliveira
NO livro "Orvil: o livro secreto do exército" há um esclarecimento muito importante acerca das influências Marxistas no meio Protestante; as influências de Karl Barth e da Neo-ortodoxia foram fundamentais para o estabelecimento da Teologia da Libertação no meio católico, e lideranças protestantes, como o presbiteriano Ruben Alves, trouxeram a vertente protestante da Teologia da Libertação, a Teologia da Missão Integral. Abaixo diz-se o seguinte (acerca do Marxismo dentro da Igreja Católica):
NO livro "Orvil: o livro secreto do exército" há um esclarecimento muito importante acerca das influências Marxistas no meio Protestante; as influências de Karl Barth e da Neo-ortodoxia foram fundamentais para o estabelecimento da Teologia da Libertação no meio católico, e lideranças protestantes, como o presbiteriano Ruben Alves, trouxeram a vertente protestante da Teologia da Libertação, a Teologia da Missão Integral. Abaixo diz-se o seguinte (acerca do Marxismo dentro da Igreja Católica):
O maior ícone do Século XX, no meio Batista, foi o Pr. Aníbal Pereira dos Reis (1924-1991) o qual era ferrenho em combater o liberalismo teológico. Na sua obra “A Bíblia Traída”[1] por vezes combate o Ecumenismo como uma manifestação do relativismo no âmbito da religião. O espírito Conservador precisa ser reavivado entre os Batistas, e não somente entre nós, mas também, entre os Evangélicos Tradicionais, Pentecostais e Neopentecostais, pois, quer haja grandes diferenças entre os tais, também há uma contribuição que esses evangélicos têm dado: uns em auxílio ao marxismo e outros como inimigo – por acidente – das esquerdas no Brasil.
Em “O Jornal Batista” de 12 de Abril de 1964[2], página 8, o órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, publicou a seguinte mensagem de apoio à contrarrevolução Militar, ocorrida em 31 de Março daquele ano, escrito por José dos Reis Pereira a qual comentaremos consecutivamente:
O texto fala por si só. O que verdadeiramente chama-nos a atenção é o fato de que, já no ano de 1964, mesmo em uma mensagem claramente anticomunista, de apoio à contra-revolução, há uma frase no final do texto que é fundamental para compreendermos a Teologia Marxista Evangélica, chamada de Teologia da Missão Integral, que consiste na versão evangélica da Teologia da Libertação Católica. Essa é a realidade da igreja Brasileira. Pouco se sabe sobre quão profundamente o marxismo atingiu os evangélicos com essa teologia, e, portanto é necessário que avaliemos os danos sofridos e assim, comecemos o quanto antes a pensar nas soluções para tal problema.
Passados mais de cinquenta anos, a Convenção Batista Brasileira é adepta à Teologia da Missão Integral. Na própria página na internet[5] a Teologia da Missão Integral está presente com um link para o “Blog do Fale”. A teologia da libertação evangélica é ali ensinada abertamente. Diante disso, vem a pergunta: o que houve nesses quase cinquenta anos dentro da referida Convenção? O que houve com o espírito Conservador que havia nos pais da Religião Batista, nos primórdios da missão no país? Vale ressaltar que os Católicos Conservadores, diferente do nosso povo, já vêm elaborando ações há muito tempo, seguindo Olavo de Carvalho e outros dos seus milhares de alunos em todo o mundo.
Nós evangélicos precisamos pensar seriamente sobre as questões políticas, dentre elas, o Marxismo e todos os malefícios que essa filosofia trouxe ao povo Evangélico. Seguindo os modelos da “guerra de papel” proposta por Gramsci, somos expostos e sequer temos a chance de nos defendermos da doutrinação esquerdista; ainda assim, pela misericórdia Divina, minhas forças para lidar com aquelas dificuldades eram restauradas em cada culto. O fato de também estar à frente da Primeira Igreja Batista da Promessa, levou-me a gastar mais tempo em pesquisas para os sermões, etc.
Para a realidade do Brasil, precisamos compreender como ocorreu a mudança de paradigma, desde 1952 até nossos dias. Essa análise requer bastante cuidado, afinal, foi popularizada a ideia de que não se discute sobre política e religião, e este livro faz exatamente isso, e simultaneamente. Nada foi tão favorável à infiltração esquerdista na Igreja Evangélica Brasileira do que tal triste compreensão. Para a abordagem desses temas, em prol da objetividade, é que se requer uma leitura cuidadosa.
As teorias críticas são oriundas da Escola de Frankfurt, e por elas seremos norteados na análise da infiltração marxista entre evangélicos brasileiros. Não queremos esgotar o assunto, mas apenas lançar luz sobre o mesmo.
O pressuposto epistemológico do marxismo é o Materialismo Dialético, porque a maneira como os fenômenos da natureza são abordados, estudados e concebidos, são dialéticos e a interpretação dos fenômenos da natureza e sua teoria é materialista.
Diante de tais fatos, será que os apóstatas Progressistas irão contra a história registrada? Abaixo, inclusive, está a imagem original retirada de O Jornal Batista de 12 de Abril de 1964.
NOTAS
[1] REIS, Aníbal Pereira dos. A Bíblia Traída. Ourinhos: Edições Cristãs. 2007.
[2] Disponível em: <http://acervo.batistas.com/visualizar.html>
[3] Reis Pereira parece reconhecer que o clima que jazia sobre os céus políticos brasileiros era “artificial” isto é, tudo o que acontecia até então, nada mais era do que parte da Revolução Socialista, não resultado de clamores populares, mas de uma engenharia social, totalmente concebida.
[4] Em março de 1964, em Petrópolis, Rio de Janeiro, um grupo de teólogos Católicos reuniu-se para discutir os problemas sociais da América Latina e elaborar uma teologia antropocêntrica (fazer o pensar teológico estar centrado no homem), de viés marxista, que viesse exaltar o que os mesmos chamaram de caráter libertador do Cristianismo. Estavam cegos pelas novidades. Quatro anos mais tarde (1968), em Medelín, Colômbia, na II Assembléia da CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), com a presença de Joseph Pierre Comblin e Gustavo Gutiérrez (ORVIL, tentativas de Tomada do Poder. p. 137). Gustavo Gutiérrez lançou o livro Teologia da Libertação em 1971; aquele ano ficou oficialmente sendo ano da fundação da Teologia da Libertação.
[5] Endereço eletrônico <www.batistas.com>.
[6] ORVIL, Tentativas de Tomada do Poder. p 2.
Em “O Jornal Batista” de 12 de Abril de 1964[2], página 8, o órgão oficial da Convenção Batista Brasileira, publicou a seguinte mensagem de apoio à contrarrevolução Militar, ocorrida em 31 de Março daquele ano, escrito por José dos Reis Pereira a qual comentaremos consecutivamente:
- RESPONSABILIDADE DOS CRENTES NESTA HORA
- Os acontecimentos político militares de 31 de março e 1º de Abril que culminaram com o afastamento do presidente da República vieram, inegavelmente, desafogar a nação. Porque estávamos vivendo num clima pesado de provocações, de ameaças, de agitações, que nos roubavam o mínimo de tranqüilidade necessária para poder trabalhar e progredir. Necessária inclusive para a pregação do Evangelho. Agora as coisas mudaram. Era tempo.
- Esse clima artificial[3], estranho à índole brasileira, estava sendo mantido por uma desabusada minoria que, paulatinamente, ia exercendo influência nos mais diversos setores da vida nacional. Referimo-nos à minoria Comunista. Como em todos os outros lugares, tratava-se de uma minoria, mas ativa, diligente, corajosa, esperta e oportunista. Quando sabíamos de certas medidas tomadas no Brasil e certos planos lembrávamos com alguma apreensão de fatos semelhantes ocorridos há bem pouco tempo e aos quais, ao que nos parecia, nossos líderes não estavam dando a devida atenção. Referíamos Checoslováquia e a Hungria. Democratas ali se uniram aos Comunistas em favor da pátria, para depois serem superados e sacrificados pelos aliados da véspera. Ir-se-ia repetir o drama no Brasil? Deixar-se-iam os democratas brasileiros enganar, apesar de todas as advertências da história recente?
- Preocupava-me a posição do Presidente da República. Como cristãos devíamos-lhe todo o respeito aconselhado nas Escrituras. Era objeto constante de nossas orações. Mas suas atitudes eram-nos, muitas vezes, inexplicáveis. Muitos de nós, veteranos de 37, pensávamos: ele vai fazer com os comunistas o mesmo que Vargas fez com os integralistas. Está dando corda, e fazendo-os crer que está com eles. Esse pensamento, entretanto, não tranqüilizava, porque assistíamos muito bem que os métodos comunistas são muito eficientes e sua organização muito mais perfeita que a de nossos bisonhos integralistas. Numa vitória comunista, o presidente iria ter um fim inglório, tipo Masaryk.
- Agora, enquanto escrevemos estas notas, parece que tudo acabou. O presidente que estava fazendo um jogo extremamente perigoso foi afastado. A democracia já não está mais ameaçada. A vontade do povo foi entendida e respeitada. Porque é preciso que se diga que o povo brasileiro pela sua índole, pela sua formação, repele regimes totalitários e muito particularmente o regime comunista. O povo brasileiro não apóia um sistema materialista na sua filosofia e que tem por método a violência e a mentira. Muitos estavam enganando o povo e muitos ingenuamente se estavam deixando enganar. Mesmo em nossas igrejas havia infiltrações[4]. Havia a ideia louca de que era possível embarcar com os comunistas no mesmo barco para a consecução dos mesmos ideais. Mas a história contemporânea prova, cabalmente, que é impossível cooperar com comunistas, que a política da mão estendida é imprudência quando não é suicídio, que todos que acreditavam nas boas intenções comunistas acabaram liquidados quando estes venceram.
- É lamentável assinalar que até mesmo em algumas igrejas houve infiltração. Moços cheios de ideal e com a impaciência natural da mocidade julgaram que apoiando os totalitários vermelhos conseguiriam reformas salutares para o Brasil. Não tinham perspectiva suficiente, não tinham conhecimento suficiente das lições de história embora tão próximas. Por isso deixaram-se embair. E deixaram-se levar até ao ponto de justificar uma luta armada, uma revolução sangrenta, para impor novas estruturas para o Brasil. Esqueceram-se, por um momento, que eram cristãos e que o cristão é pacífico. Cristianismo e guerra não combinam. Mas sendo moços compreende-se que se deixassem levar pela propaganda insidiosa, demorada, constante, eficiente, bem feita.
- Alegra-nos saber (pelo menos até agora) que o movimento de salvaguarda da democracia verificou-se sem sangue. Os objetivos do movimento estavam tão de acordo com o que pensa e o que quer o povo, que não houve resistência. Toda a pregação da violência feita com estranha complacência das autoridades através da rádio, da imprensa, do livro, dos comícios, não bastou ainda para mistificar suficientemente a imensa maioria do povo brasileiro. E este agora respira aliviado. Agora é possível prosseguir na conquista de tanta coisa que é, realmente, necessária para que tenhamos um Brasil Melhor.
- Entre essas coisas necessárias, estão diversas reformas, a começar pela reforma agrária. Uma reforma agrária que dê terra a quem a quer e que nela sabe trabalhar; uma reforma agrária que dê assistência aos que vão lavrar a terra; uma reforma agrária que dê estradas para o transporte fácil dos produtos da terra; uma política agrária que desbaste esses sertões brasileiros num outro movimento de bandeirismo incompreensivelmente ainda não completado. Mas uma reforma sem ódio, sem vinganças, uma reforma segundo a inspiração cristã.
- Segundo a inspiração cristã. Como isso é possível? A responsabilidade do povo de Deus aumentou agora. Estamos certos, por exemplo, de que Deus atendeu ás orações incessantes de seu povo pela pátria. Porque o que aconteceu agora é, sob certos aspectos, verdadeiro milagre. Quando tudo parecia turvo, quando os defensores da democracia pareciam estar desavindos uns dos outros, quando parecia que todos estavam mistificados, tudo se esclareceu e viu-se, por exemplo, que as forças armadas brasileiras não estavam tão infiltradas como se supunha; que a indisciplina não tinha dominado os quartéis, e que o regime democrático pode confiar nos seus defensores. Um milagre de Deus, atendendo às orações de seu povo. É o que cremos. Agora é preciso continuar. Orar mais do que nunca. Trabalhar mais do que nunca na pregação do Evangelho. Já dissemos mais de uma vez que esse é o grande remédio. Já dissemos que só acreditamos em Cristo como a esperança. Os crentes têm que viver à altura das circunstâncias atuais. A vitória da democracia, o restabelecimento do respeito à constituição, o crédito de confiança dado ao Congresso Nacional, tudo isso significa para nós, crentes, oportunidade. Não será agora que se vai estabelecer censura e limitação da liberdade no Brasil. Mas que tal hora nunca chegue. Orem os crentes, velem os crentes, trabalhem os crentes. Quanto mais o evangelho de Jesus Cristo, em toda a sua pureza e integridade, vencer o Brasil, tanto mais longe ficaremos de qualquer ditadura ou forma de opressão. Porque um crente legítimo é anti-totalitário por excelência; o crente legítimo é adversário natural da corrupção em qualquer das suas formas, e da injustiça social, e da exploração do homem pelo homem. Justiça, liberdade, verdade, honestidade, pureza, esses belos ideais só se alcançam quando Jesus domina os corações. Vivamos e lutemos para que Jesus Cristo impere em nossa pátria.
O texto fala por si só. O que verdadeiramente chama-nos a atenção é o fato de que, já no ano de 1964, mesmo em uma mensagem claramente anticomunista, de apoio à contra-revolução, há uma frase no final do texto que é fundamental para compreendermos a Teologia Marxista Evangélica, chamada de Teologia da Missão Integral, que consiste na versão evangélica da Teologia da Libertação Católica. Essa é a realidade da igreja Brasileira. Pouco se sabe sobre quão profundamente o marxismo atingiu os evangélicos com essa teologia, e, portanto é necessário que avaliemos os danos sofridos e assim, comecemos o quanto antes a pensar nas soluções para tal problema.
Passados mais de cinquenta anos, a Convenção Batista Brasileira é adepta à Teologia da Missão Integral. Na própria página na internet[5] a Teologia da Missão Integral está presente com um link para o “Blog do Fale”. A teologia da libertação evangélica é ali ensinada abertamente. Diante disso, vem a pergunta: o que houve nesses quase cinquenta anos dentro da referida Convenção? O que houve com o espírito Conservador que havia nos pais da Religião Batista, nos primórdios da missão no país? Vale ressaltar que os Católicos Conservadores, diferente do nosso povo, já vêm elaborando ações há muito tempo, seguindo Olavo de Carvalho e outros dos seus milhares de alunos em todo o mundo.
Nós evangélicos precisamos pensar seriamente sobre as questões políticas, dentre elas, o Marxismo e todos os malefícios que essa filosofia trouxe ao povo Evangélico. Seguindo os modelos da “guerra de papel” proposta por Gramsci, somos expostos e sequer temos a chance de nos defendermos da doutrinação esquerdista; ainda assim, pela misericórdia Divina, minhas forças para lidar com aquelas dificuldades eram restauradas em cada culto. O fato de também estar à frente da Primeira Igreja Batista da Promessa, levou-me a gastar mais tempo em pesquisas para os sermões, etc.
Para a realidade do Brasil, precisamos compreender como ocorreu a mudança de paradigma, desde 1952 até nossos dias. Essa análise requer bastante cuidado, afinal, foi popularizada a ideia de que não se discute sobre política e religião, e este livro faz exatamente isso, e simultaneamente. Nada foi tão favorável à infiltração esquerdista na Igreja Evangélica Brasileira do que tal triste compreensão. Para a abordagem desses temas, em prol da objetividade, é que se requer uma leitura cuidadosa.
As teorias críticas são oriundas da Escola de Frankfurt, e por elas seremos norteados na análise da infiltração marxista entre evangélicos brasileiros. Não queremos esgotar o assunto, mas apenas lançar luz sobre o mesmo.
O pressuposto epistemológico do marxismo é o Materialismo Dialético, porque a maneira como os fenômenos da natureza são abordados, estudados e concebidos, são dialéticos e a interpretação dos fenômenos da natureza e sua teoria é materialista.
- ainda antes de chegar ao socialismo ou à ditadura do proletariado, os comunistas defendem a existência de um objetivo intermediário, onde seria implantado um Estado do tipo “progressista", cujo governo seria composto pelo proletariado, pelo campesinato e, ainda, por uma parcela da burguesa - a pequena parcela “nacionalista".[6]
Diante de tais fatos, será que os apóstatas Progressistas irão contra a história registrada? Abaixo, inclusive, está a imagem original retirada de O Jornal Batista de 12 de Abril de 1964.
NOTAS
[1] REIS, Aníbal Pereira dos. A Bíblia Traída. Ourinhos: Edições Cristãs. 2007.
[2] Disponível em: <http://acervo.batistas.com/visualizar.html>
[3] Reis Pereira parece reconhecer que o clima que jazia sobre os céus políticos brasileiros era “artificial” isto é, tudo o que acontecia até então, nada mais era do que parte da Revolução Socialista, não resultado de clamores populares, mas de uma engenharia social, totalmente concebida.
[4] Em março de 1964, em Petrópolis, Rio de Janeiro, um grupo de teólogos Católicos reuniu-se para discutir os problemas sociais da América Latina e elaborar uma teologia antropocêntrica (fazer o pensar teológico estar centrado no homem), de viés marxista, que viesse exaltar o que os mesmos chamaram de caráter libertador do Cristianismo. Estavam cegos pelas novidades. Quatro anos mais tarde (1968), em Medelín, Colômbia, na II Assembléia da CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano), com a presença de Joseph Pierre Comblin e Gustavo Gutiérrez (ORVIL, tentativas de Tomada do Poder. p. 137). Gustavo Gutiérrez lançou o livro Teologia da Libertação em 1971; aquele ano ficou oficialmente sendo ano da fundação da Teologia da Libertação.
[5] Endereço eletrônico <www.batistas.com>.
[6] ORVIL, Tentativas de Tomada do Poder. p 2.