Assista a cena do Filme:
Por Ícaro Alencar de Oliveira
"Não removas os antigos limites que teus pais fizeram."
(Prov. 28:22 - ACF)
É urgente que a igreja moderna se relembre que ainda há ordem no culto: ainda há limites que não devem ser ultrapassados. Nestes tempos de narcisismo, futilidade e exibicionismo, a liturgia do culto de louvor a Deus tem sido afetada pela cultura secular relativista na qual estamos inseridos: danças, luzes apagadas, silvos, gritos, chocarrices, cânticos ruidosos, tudo o que os padrões relativistas situacionais estabelecem, menos a ordem e a decência bíblica.
No filme "Percy Jackson e o ladrão de raios" há uma cena que muito chamou-me a atenção que é a do cassino Lótus; todos os jovens adentraram num ambiente de festejos, trivialidades e banalidades. Em ali chegando, eram ludibriados enquanto saboreavam uma flor de lótus, que não era nada mais nada menos que uma iguaria que os fazia perder completamente a noção espaço-tempo.
Faço um tracejo desta figura. Atualmente há um verdadeiro desapego por parte dos cristãos modernos à qualquer ligação e associação deles aos santos do passado, seus hinos, seus costumes e sua liturgia; este estado de suspensão do tempo e do espaço é o que eu chamo de "recorte histórico".
Este recorte histórico deixa os cristãos modernos suspensos no espaço-tempo, sem qualquer identidade e sentimento de pertencimento, e toda e qualquer iguaria e novidade que surgir será deglutida antes mesmo de alguém ser capaz de expor seu verdadeiro sabor e suas prováveis contraindicações; tal novidade será aceita sem qualquer barreira; isso ocorre porque não existe nenhuma associação entre nós e os santos passados, nem padrões entre ambos; não há padrões pré-estabelecidos, nem régua para medir: essa é a razão do livre-trânsito destas banalidades entre nós.
É um verdadeiro relativismo litúrgico: "eu adoro a Deus do meu jeito"; "eu louvo a ele do meu jeito". É muito eu: eu sou a regra. No culto atual a intencionalidade do culto deixou há tempos de ser a pessoa de Deus e uma correta reação diante de sua Majestade e Soberania, reação esta que apenas pode vir de um coração regenerado, cujas afeições são ordenadas. A questão que sequer os modernos perguntam a si mesmos é: será que Deus não estabeleceu limites? Não há elementos para o culto verdadeiro? Será que a minha intencionalidade não está em agradar corações não regenerados por meio de "métodos carnais que atrairão pessoas carnais, e para que estas pessoas carnais permaneçam na igreja, a igreja não terá de usar métodos cada vez mais carnais"? (paráfrase ao Pr. Paul Washer).
É natural e fundamental ao ser humano sua associação ao passado, pois é ele quem explica o presente e os 'por quês' que ainda temos consigo hoje; além disso, constitui-se em essencialidade buscarmos os exemplos passados para sabermos como lidar com as demandas de hoje.
Estamos à mercê da próxima tendência eclesiástica; não há mais louvores atemporais que une a nossa fé, identitariamente, aos nossos predecessores, cujos sacrifícios nem de perto se comparam com as trivialidades do culto moderno. Uma música que ocupou as "paradas de sucesso" ano passado, hoje aparenta ser tão antiga que o recém-convertido precisa anualmente trocar toda sua lista de reprodução num frenesi sem fim.
O choque de gerações, que é atenuado por hinos sacros que explicam e dão a razão de ser da mútua fé do membro mais antigo de nossa igreja e aquele bebezinho que apresentamos domingo passado, é algo fundamental que precisa ser abordado, e os fatores unificadores recuperados! O Cantor Cristão está morrendo, e mais um fator unificador se vai com ele. Enquanto estou revirando O Jornal Batista de 1901, há em mim este sentimento de pertencimento e de fé comum com aqueles santos que já se foram há um século, fato atenuado pelos hinos e esperança que deixaram registrados para que as futuras gerações testificassem da sua fé.
As trivialidades litúrgicas modernas tornarão o culto cada vez mais banal, narcisista, bajulador, antropocêntrico e midiático. Tudo menos cristocêntrico. Tudo menos bibliocêntrico e teocrêntrico. Aprendamos com o passado; com os santos do passado e os exemplos deixados.
Ame o Cantor Cristão e os crentes que morreram e deixaram-nos lições valiosíssimas. Abandonemos esta liturgia carregada de elementos estranhos ao sentido do culto, que entretêm, mas é incapaz de lançar luz sobre a geração seguinte e dá a Deus um fogo estranho: tem aparência de verdade, mas não é verdadeiro.
Isso deixou de ser culto há muito tempo. Misericórdia, Senhor!
"Não removas os antigos limites que teus pais fizeram."
(Prov. 28:22 - ACF)
É urgente que a igreja moderna se relembre que ainda há ordem no culto: ainda há limites que não devem ser ultrapassados. Nestes tempos de narcisismo, futilidade e exibicionismo, a liturgia do culto de louvor a Deus tem sido afetada pela cultura secular relativista na qual estamos inseridos: danças, luzes apagadas, silvos, gritos, chocarrices, cânticos ruidosos, tudo o que os padrões relativistas situacionais estabelecem, menos a ordem e a decência bíblica.
No filme "Percy Jackson e o ladrão de raios" há uma cena que muito chamou-me a atenção que é a do cassino Lótus; todos os jovens adentraram num ambiente de festejos, trivialidades e banalidades. Em ali chegando, eram ludibriados enquanto saboreavam uma flor de lótus, que não era nada mais nada menos que uma iguaria que os fazia perder completamente a noção espaço-tempo.
Faço um tracejo desta figura. Atualmente há um verdadeiro desapego por parte dos cristãos modernos à qualquer ligação e associação deles aos santos do passado, seus hinos, seus costumes e sua liturgia; este estado de suspensão do tempo e do espaço é o que eu chamo de "recorte histórico".
Este recorte histórico deixa os cristãos modernos suspensos no espaço-tempo, sem qualquer identidade e sentimento de pertencimento, e toda e qualquer iguaria e novidade que surgir será deglutida antes mesmo de alguém ser capaz de expor seu verdadeiro sabor e suas prováveis contraindicações; tal novidade será aceita sem qualquer barreira; isso ocorre porque não existe nenhuma associação entre nós e os santos passados, nem padrões entre ambos; não há padrões pré-estabelecidos, nem régua para medir: essa é a razão do livre-trânsito destas banalidades entre nós.
É um verdadeiro relativismo litúrgico: "eu adoro a Deus do meu jeito"; "eu louvo a ele do meu jeito". É muito eu: eu sou a regra. No culto atual a intencionalidade do culto deixou há tempos de ser a pessoa de Deus e uma correta reação diante de sua Majestade e Soberania, reação esta que apenas pode vir de um coração regenerado, cujas afeições são ordenadas. A questão que sequer os modernos perguntam a si mesmos é: será que Deus não estabeleceu limites? Não há elementos para o culto verdadeiro? Será que a minha intencionalidade não está em agradar corações não regenerados por meio de "métodos carnais que atrairão pessoas carnais, e para que estas pessoas carnais permaneçam na igreja, a igreja não terá de usar métodos cada vez mais carnais"? (paráfrase ao Pr. Paul Washer).
É natural e fundamental ao ser humano sua associação ao passado, pois é ele quem explica o presente e os 'por quês' que ainda temos consigo hoje; além disso, constitui-se em essencialidade buscarmos os exemplos passados para sabermos como lidar com as demandas de hoje.
Estamos à mercê da próxima tendência eclesiástica; não há mais louvores atemporais que une a nossa fé, identitariamente, aos nossos predecessores, cujos sacrifícios nem de perto se comparam com as trivialidades do culto moderno. Uma música que ocupou as "paradas de sucesso" ano passado, hoje aparenta ser tão antiga que o recém-convertido precisa anualmente trocar toda sua lista de reprodução num frenesi sem fim.
O choque de gerações, que é atenuado por hinos sacros que explicam e dão a razão de ser da mútua fé do membro mais antigo de nossa igreja e aquele bebezinho que apresentamos domingo passado, é algo fundamental que precisa ser abordado, e os fatores unificadores recuperados! O Cantor Cristão está morrendo, e mais um fator unificador se vai com ele. Enquanto estou revirando O Jornal Batista de 1901, há em mim este sentimento de pertencimento e de fé comum com aqueles santos que já se foram há um século, fato atenuado pelos hinos e esperança que deixaram registrados para que as futuras gerações testificassem da sua fé.
As trivialidades litúrgicas modernas tornarão o culto cada vez mais banal, narcisista, bajulador, antropocêntrico e midiático. Tudo menos cristocêntrico. Tudo menos bibliocêntrico e teocrêntrico. Aprendamos com o passado; com os santos do passado e os exemplos deixados.
Ame o Cantor Cristão e os crentes que morreram e deixaram-nos lições valiosíssimas. Abandonemos esta liturgia carregada de elementos estranhos ao sentido do culto, que entretêm, mas é incapaz de lançar luz sobre a geração seguinte e dá a Deus um fogo estranho: tem aparência de verdade, mas não é verdadeiro.
Isso deixou de ser culto há muito tempo. Misericórdia, Senhor!